Em nossos confins, no ano de 1940, iniciava-se o desmatamento da Praça Bandeirantes e construíam-se alguns ranchos humildes com folhas de palmeiras.
Para atender aos reclamos de sua índole e de sua credulidade, os pioneiros da epopéia, que vieram fundar uma cidade, levantaram um cruzeiro tosco, implantado numa clareira defronte ao atual fórum, onde foi substituído por outra grande cruz, no dia 15 de abrildo ano seguinte (1941).
Os moradores mais antigos dão conta que, da Praça Bandeirantes, o velho cruzeiro foi aproveitado para o primeiro cemitério, hoje estação rodoviária, e de lá desapareceu, provavelmente incendiado.
JALES, um dos mais novos municípios do estado de São Paulo, nasceu de um planejamento urbanístico racional, demonstrando a visão empreendedora de seus colonizadores, com grande destaque para seu fundador , o engenheiro Euplhy Jalles, e outros como Aristófano Brasileiro de Souza, José Nunes de Brito, Ataíde Gonçalves da Silva, João Mariano de Freitas, Jorge Batista, Pedro Marcelino, José Basilio, Juvêncio Pereira de Brito, Domingos Paz Landim, Manoel Paz Landim, João Mariano de Freitas Filho, Altino Antônio de Oliveira, Alfredo Barbour e muitos outros.
Jales foi fundada em 15 de abril de 1941, já com grandes perspectivas de desenvolvimento pelas potencialidades da região. Na época , quando da elaboração do planejamento urbano e rural referente ao uso do solo, já se projetava um município organizado e preparado para uma expansão racional e ordenada.
Jales foi elevada a Distrito de Paz pelo decreto Lei n.º 14,.334 de 30 de novembro de 1944 e elevado à categoria de município por força da Lei n.º 233 de 24 de dezembro de 1948. Em 3 de dezembro de 1952 é sede de Comarca através da Lei n.º 1940.
Em 1940, iniciou-se a derrubada das pimeiras árvores para o assentamento da futura Vila Jales. Era o machado iconoclasta entrando em cena por conta do pioneiro contratado Athaydes Gonçalves da Silva.
O jovem carreiro, com 17 anos de idade, Nivaldo Rodrigues de Paula, foi procurado pelo Eng. Euphly Jalles para arrastar as toras dos esteios e baldrames dos primeiros ranchos a serem construídos. Um companheiro, o Ângelo da Silva Pereira (Vito), carpinteiro, encarregou-se da lavra do cruzeiro de fundação. Ambos tornaram-se amigos, participaram da primeira solenidade de 15 de abril de 1941, e ficaram conhecendo a família recém chegada de João Mariano de Freitas, o João Lapiá. Conquistaram os corações de suas filhas Luiza e Aparecida Mariano de Freitas, conhecidas familiarmente por Rosa e Neguinha, respectivamente.
Noivaram e marcaram casamento para 30 de setembro de ano seguinte (42), como registro no cartório de Votuporanga, jurisdição da comarca de Monte Aprazível. No dia marcado, o Juiz de Paz, depois de empurrar o fordeco, encher o radiador várias vezes, dar partida à manivela e tapar buracos da estrada, só conseguiu chegar à noite avançada, mas o recado foi dado. Realizou-se, assim, em Jales, a primeira celebração matrimonial com a dupla de casais dizendo Sim e Sim.
Fonte: PM de JALES
HISTORICO DA LINHA: A Estrada de Ferro de Araraquara
HISTORICO DA LINHA: A Estrada de Ferro de Araraquara (EFA) foi fundada em 1896, tendo sido o primeiro trecho aberto ao tráfego em 1898. Em 1912, já com problemas financeiros, a linha-tronco chegou a São José do Rio Preto. Somente em 1933, depois de ter sido estatizada em 1919, a linha foi prolongada até Mirassol, e em 1941 começou a avançar mais rapidamente, chegando a Presidente Vargas em 1952, seu ponto final à beira do rio Paraná. Em 1955, completou-se a ampliação da bitola do tronco para 1,60m, totalmente pronta no início dos anos 60. Em 1971 a empresa foi englobada pela Fepasa. Trens de passageiros, nos últimos anos somente até São José do Rio Preto, circularam até março de 2001, quando foram suprimidos.
ACIMA: A estação de Jales (à esquerda) e seu armazém (à direita) no dia da inauguração em 1951 (Museu Histórico de Jales). ABAIXO: Viaduto em Jales (1955) da ferrovia sobre a avenida Marimbondo, hoje avenida João Amadeu (Museu Histórico de Jales).
A ESTAÇÃO: A cidade de Jales foi fundada em 1941, e tomou o sobrenome do fundador Euphly Jalles, agrimensor e mineiro de Frutal, como nome. Jalles recebeu muitas terras como pagamento de serviços efetuados para a empresa Glória e Furquim, originada da subdivisão da imensa fazenda da Ponte Pensa, esta surgida no início do século XIX. "Dez anos depois, a EFA chegou à cidade, com uma estaçãozinha provisória de madeira, substituída pela atual de alvenaria alguns anos depois. "
Em 1963 e 1964, eu viajava todos os dias de trem, da minha pequena Santana da Ponte Pensa, para cursar o ginásio em Jales. Por esse motivo, tornei-me conhecido e conheci todos os chefes das estações não só das duas cidades, como da região; assim como todos os guardas de trem, que a cada estação anunciavam a próxima e picotavam as passagens; disso, jamais me esquecerei" (Antonio Fouto, Mirassol, SP, 04/2007). Hoje, a estação, mais comprida que suas irmãs, está sendo utilizada pelo departamento de trânsito da cidade. O local é frequentado por auto-escolas. A Ferroban ainda a utiliza como base para conservação de linha. "Lembro-me (...), nos idos de 1993 (...) (que) as estações em sua maioria eram muito longe do centro urbano, mas quando o trem passava, elas mostravam alguma vida. Notei que muitas estações já estavam sendo fechadas e seus desvios arrancados. Só ficaram com o "staff" as estações em cidades maiores como Jales, Votuporanga, Fernandópolis. Acabei conhecendo a estação de Jales à força: o PA2 em que eu estava recebeu ordens de aguardar cruzamento na estação, e o chefe da estação comentava que vinha um trem especial pela frente.
A demora de cerca de meia hora foi suficiente para fuçar nela e ver todos aqueles objetos antigos da antiga Araraquarense da época da inauguração da estação. O PA2 foi colocado no desvio para a passagem do trem especial que logo chegou, puxado por uma GP-9 impecavelmente limpa e com os faróis acesos. Puxava o trem de administração da Fepasa, feito de aço inox, composto por dormitórios e poltronas confortáveis. Seguia rumo às obras da ponte rodoferroviária com a comitiva composta pelo presidente e seus diretores" (Rodrigo Cabredo,2001). A estação funcionou como Ciretran e depois foi abandonada. Em 2014, a estação estava ainda abandonada. A área da frente é utilizada por auto escolas. O armazém era utilizado como oficina da ALL. O antigo carro da EFA "decorado'' era é utilizado como alojamento para funcionãrios da ALL. Os dois carros (antigos) tipo oficinas de madeira estava, praticamente abandonados, um deles servido de depósito.
Fonte: Estações Ferroviarias
site: https://www.estacoesferroviarias.com.br/j/jales.htm